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"Far Cry 5" abraça a liberdade do novo "Zelda" para renovar a série

Claudio Prandoni

Do UOL, em São Paulo

16/10/2017 04h00

Seria muito fácil para a Ubisoft manter a fórmula básica de "Far Cry". Era só escolher um novo cenário exótico, criar um vilão excêntrico e colocar o jogador para enfrentar inimigos em um mundo aberto com um imenso cardápio de armas e veículos à disposição.

De fato, era essa a impressão que eu tinha de "Far Cry 5" até colocar as mãos no jogo e, principalmente, conversar com o produtor Alexander Karpazis durante a BGS 2017.

Sim, o jogo continua sendo uma aventura intensa em um gigantesco cenário aberto para explorar e cheio de itens, mas deixa de lado um elemento clássico da série e outros jogos do mesmo estilo: a linearidade.

Em "Far Cry 3" a série se consolidou com aventuras lineares de mundo aberto. Você tem aquele mundo louco para conhecer como quiser, mas sempre há uma ordem certa de missões para avançar na história. Isso se repetiu com os ótimos e recentes "Far Cry 4" e "Primal", mas não mais neste quinto episódio.

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O jogo estabelece alguns objetivos principais que devem ser cumpridos para a trama avançar, mas como e quando cumprir tudo isso é com o jogador. A fórmula lembra bastante "Legend of Zelda: Breath of the Wild", um dos títulos mais elogiados deste ano.

A exemplo do próprio "Zelda", a aventura não linear em mundo aberto de "Far Cry 5" vira palco perfeito para histórias das mais inesperadas:

"Há duas coisas das quais realmente nos orgulhamos em 'Far Cry 5'", contou Karpazis em entrevista ao UOL Jogos.

"Primeiro o que chamamos de 'Fábrica de Anedotas', que é a possibilidade de poder participar de eventos não planejados e aí isso vira a sua história. Por exemplo, eu posso estar pescando tranquilo e aí um urso pegando fogo passa correndo por mim. Você não sabe exatamente o que está acontecendo e isso é algo que amamos".

Far Cry 5 - Alexander Karpazis - Claudio Prandoni/UOL - Claudio Prandoni/UOL
Alexander Karpazis e a equipe de produção de "Far Cry 5" chamam o game de 'Fábrica de Anedotas'
Imagem: Claudio Prandoni/UOL

"A gente sempre busca fortalecer dois elementos nos jogos de 'Far Cry': exploração e criar a sua própria história. Então buscamos novas maneiras de você viver isso tudo. E não falo apenas do mundo aberto não linear, mas também de novos 'brinquedos' para você usar e maneiras de utilizar isso tudo".

"Por exemplo, quando você vai libertar a comunidade de Fall's End, você pode ser sorrateiro e atacar pelas sombras ou sair atirando em todo mundo ou até mesmo usar um avião e atacar pelos ares".

"A outra parte é a narrativa. Trabalhamos bastante a história do jogo, criamos esse culto do qual você deve escapar e também um grande elenco de vilões. Mas também nos preocupamos com os aliados, esses outros personagens que você deve cuidar".

Nesta última parte Karpazis fala sobre um sistema de companheiros, com ares de "Metal Gear Solid V: The Phantom Pain". Na demonstração que testei era possível escolher entre um piloto de avião, uma franco-atiradora e um cachorro, todos com habilidades únicas para auxiliar nos combates e explorações. Escolhi Boomer, o cachorro, e ele me ajudava tanto a atacar inimigos quanto encontrar itens pelo cenário.

Em adição ao companheiro controlado pelo computador, vai dar também para jogar a campanha inteira em modo cooperativo, com outra pessoa controlando mais um personagem durante a jornada.

"Far Cry 5" promete uma aventura ousada e repleta de ação, que pode ser moldada ao gosto de quem joga e surpreender ainda mais do que os jogos mais recentes da série. Vai dar para testar tudo isso em 27 de fevereiro de 2018, quando o jogo chega em versões para PlayStation 4, Xbox One e PC.

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