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OPINIÃO

Melhor jogo de 2011, "Skyrim" ainda vale a pena hoje em dia?

A saga de Dovahkiin consegue entreter quem já passou centenas de horas em "Skyrim"? - Divulgação
A saga de Dovahkiin consegue entreter quem já passou centenas de horas em "Skyrim"? Imagem: Divulgação

Pablo Raphael

Do UOL, em São Paulo

15/11/2016 10h02

"The Elder Scrolls V: Skyrim" foi o melhor game lançado em 2011, um ano que trouxe excelentes jogos, como "Batman: Arkham Asylum" e "Mortal Kombat". Ou seja, não é pouca coisa. Por isso, quando o RPG da Bethesda ganhou uma versão remasterizada para PlayStation 4 e Xbox One, é válido se perguntar: Devo jogar de novo?

A resposta mais exata é "depende". Depende do quanto você gostou do game no passado, onde jogou e o quanto você jogou.

Eu, por exemplo, passei centenas de horas no "Skyrim" original, explorando suas montanhas cheias de neve, lutando contra dragões e gigantes, ou apenas correndo atrás de borboletas ou conversando com vários personagens que tinham, curiosamente, sempre a mesma voz. Joguei no Xbox 360, console que apresentava menos 'bugs' do que o concorrente. Fiz praticamente tudo o que "Elder Scrolls V" tinha para oferecer, todas as missões secundárias e expansões.

E ao jogar a "Special Edition" no PS4, confesso que fiquei surpreso como o jogo envelheceu bem e logo me envolveu de novo em suas tramas de disputas de poder, sociedades secretas e claro, masmorras e dragões. Os controles são intuitivos depois que você se acostuma a fixar itens e magias no menu de acesso rápido e a sensação de liberdade e progressão fazem de qualquer 'rolêzinho' pelas florestas de Skyrim um convite à aventura.

Skyrim Special 01 - Pablo Raphael/UOL - Pablo Raphael/UOL
As paisagens de Skyrim são muito mais nítidas na versão remasterizada
Imagem: Pablo Raphael/UOL

Eu gosto muito da ambientação e da caracterização nórdica dos personagens e monstros, o que facilita deixar passar os inevitáveis 'bugs' do jogo - ainda que sejam menos frequentes nessa nova edição. As melhorias nos gráficos e na física de "Skyrim" bastam para me convencer a jogar mais uma vez no PlayStation 4 (ou, se você preferir, no Xbox One).

Agora, se você não gostou de "Skyrim" na época, achou o jogo lento ou muito aberto e cansativo, então não vai ser dessa vez que o mundo de "Elder Scrolls" vai prender sua atenção. Em essência, esta é a mesma aventura lançada em 2011 e expandida em 2012. E o game continua sem legendas ou menus em português, mesmo após "Fallout 4" ter adotado a localização para nosso idioma no ano passado.

Melhorias no jogo

Jogos remasterizados são lugar comum hoje em dia e é esperado que títulos de sucesso no passado recente ganhem novas versões com gráficos em alta definição (ou 4K, para quem já tem um PS4 Pro). "Skyrim" cumpre esse requisito básico e também segue a regra de incluir todas as expansões do jogo original no pacote. Ou seja, é um game com muito conteúdo.

Também há melhorias mais sutis, mas que juntas fazem toda a diferença e dão ao game um ar de "nova geração". A mais chamativa é o aumento do campo de visão. Você consegue enxergar muito longe em "Skyrim Special Edition" e o cenário sempre impressiona, sem os carregamentos e a neblina que esconde as montanhas mais distantes.

Há também mudanças nos efeitos de iluminação e na colisão de objetos, que deixam a coisa toda mais realista, sem cabelos, tecidos e armaduras quebrando uns aos outros enquanto seu guerreiro bárbaro anda por aí. Outro efeito sutil dessa melhoria envolve a chuva e coberturas. Quando você está sob o telhado numa varanda e a chuva cai torrencialmente lá fora, seu personagem permanece seco. É um detalhe que já acontecia em "Fallout 4" e que não impacta em nada no jogo, mas dá um efeito visual muito bacana.

Outro elemento que passou por mudanças foi a água: Os rios de "Skyrim" sempre foram esquisitos, com a água correndo do centro do rio para a borda. Agora, a água se comporta como... água. Ela preenche o espaço e acompanha as curvas dos rios e contorna os objetos, como troncos e pedras, dentro deles. É mais um detalhe simples e sem efeitos práticos, mas que tornam o mundo do jogo mais verossímil. E se você vai passar centenas de horas num lugar, quanto mais verossímil, melhor.

Por fim, os mods. As modificações sempre foram uma exclusividade dos jogadores de PC e ainda são criadas por eles. Mas no PS4 e no Xbox One, você pode baixar e aplicar modificações em "Skyrim". Algumas mudanças são estéticas, outras rendem boas melhorias como um mapa detalhado do cenário, legendas em português e até mesmo novas missões ou níveis de dificuldade avançados.

É bom lembrar que no PS4, "Skyrim" aceita menos mods do que no Xbox One. No console da Sony, apenas 1 GB é liberado para modificações, enquanto no da Microsoft, você pode baixar até 5 GB - e as melhores modificações exigem mais de 1 GB de espaço em disco.

Skyrim Special 02 - Reprodução - Reprodução
Batalhas contra dragões em "Skyrim" acontecem quando você menos espera
Imagem: Reprodução

E no PC?

Se você jogou "Skyrim" no PC nos últimos anos, dificilmente terá algo aqui que você ainda não viu. "Skyrim Special Edition" traz para os consoles a experiência que os jogadores do PC tiveram em 2012 ou 2013, com o game rodando mods que melhoravam a resolução e acrescentavam novas texturas. Tanto que, se você já possui "The Elder Scrolls V" com todas as expansões no Steam, você automaticamente recebe a nova edição.

A remasterização de "Skyrim" é mais indicada para quem vai jogar no PS4 ou no Xbox One, sejam aventureiros de primeira viagem ou aqueles jogadores que passaram meses no game original no PS3 e no Xbox 360. Para quem só conheceu o jogo nestas plataformas (e gostou), a nova edição de "The Elder Scrolls V" é uma daquelas remasterizações que vale a pena jogar de novo.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL