Topo

Um planeta de "Destiny" tem o mesmo tamanho de "Halo: Reach", diz Bungie

Pablo Raphael

Do UOL, em São Paulo

10/04/2014 15h22Atualizada em 14/04/2014 12h44

Atualização: Ao contrário do que foi dito originalmente na entrevista abaixo, os planetas de "Destiny" não são maiores do que o jogo "Halo: Reach" (trabalho anterior da Bungie).

A assessoria de imprensa da Activision, publisher de "Destiny" entrou em contato com UOL Jogos após a publicação da reportagem, solicitando a correção da informação.

Christian Diefenbach, engenheiro de software da produtora Bungie, corrigiu seu comentário anterior:

"'Destiny' é enorme. Um dos destinos, sozinho, é quase do tamanho de 'Halo: Reach' inteiro. Sabíamos desde o início que queríamos permitir que os jogadores fizessem uma jornada pelo universo, explorando mundos familiares e desconhecidos. Você começa sua aventura na Terra, mas logo irá visitar a Lua e outros planetas do sistema solar, como Marte e Vênus."

Leia a reportagem original a seguir:

A produtora Bungie fez fama com a franquia "Halo". A saga de Master Chief nasceu no Xbox mais de dez anos atrás e ajudou a estabelecer os 'shooters' em primeira pessoa e as partidas multiplayer online nos consoles. Junto com "Call of Duty", é um dos responsáveis pelo destaque que o gênero possui hoje em dia.

"Destiny" é o primeiro game da Bungie fora do universo "Halo" em mais de dez anos e as ambições da produtora para o jogo não são pequenas.

"Com 'Destiny', queremos revolucionar o gênero: é uma idéia diferente, vamos pegar o conceito de jogo de tiro em primeira pessoa e trazer vários elementos que antes não eram usados", disse o brasileiro Christian Diefenbach, engenheiro de software da Bungie em entrevista para UOL Jogos. "É um jogo único".

Produzido em parceria com a Activision, "Destiny" conta com uma equipe muito maior do que os jogos anteriores da Bungie.

  • Reprodução

    Engenheiro líder de software na Bungie, o brasileiro Christian Diefenbach trabalhou em jogos como "Halo 3: ODST", "Halo: Reach" e agora, "Destiny"

"Em 'Halo', trabalhamos com uma equipe de 130 pessoas. Agora são mais de 500 pessoas trabalhando em 'Destiny'. É um jogo muito, muito maior, com um novo motor gráfico", explicou Christian. Quão maior? "Os destinos [cenários onde se passa o jogo] como Marte, Lua, Terra, cada um deles é mais ou menos do mesmo tamanho que todo o jogo 'Halo: Reach'".

A trama de "Destiny" envolve viagens espaciais, raças alienígenas e uma guerra pela sobrevivência da humanidade. São temas recorrentes na obra da Bungie, mas diferente de "Halo", o novo game traz elementos fantásticos, tanto na ambientação quanto na própria estrutura de classes de personagem, que assemelha o jogo mais aos RPGs do que aos jogos de tiro convencionais.

Escolha sua classe

"Desde o começo, queriamos que "Destiny" tivesse classes que fossem facilmente identificadas, que transmitissem para cada jogador um estilo próprio", comentou o engenheiro.

Abaixo, Christian descreve as três classes de personagem: Titan, Hunter e Warlock.

Jogo de tiro ou RPG?

Cavaleiro medieval, mago, caçador de recompensas... embora as classes de personagem de "Destiny" pareçam saídas de um livro de regras de "Dungeons & Dragons", Christian ressalta que se trata de um jogo de tiro e não de um RPG online.

"Embora 'Destiny' explore vários aspectos da ficção, ele é um jogo de tiro. É isso que a Bungie faz melhor".

"Desde o início do projeto, nós pensamos que tentar alguma coisa muito distante dessa zona onde a Bungie faz o seu melhor trabalho realmente não seria uma boa escolha", explica.

"O que fizemos foi virar esse conceito de ponta-cabeça e adicionar todos esses elementos sociais, elementos de fantasia e alguns elementos dessa correlação com jogos de RPG online, mas 'Destiny' não é um MMO, é um jogo de tiro em primeira pessoa".

"Todos os personagens, sejam Titans, Hunters ou Warlocks utilizam armas. É um jogo de tiro", ressalta o engenheiro.

CONHEÇA O MUNDO DE "DESTINY"; TRAILER LEGENDADO

  •  

Você é o herói

Diferente de "Halo", "Destiny" não tem um protagonista bem definido, um herói como o Master Chief, por exemplo. "Essa foi outra escolha que fizemos desde o início do projeto, de não ter um herói na história. Preferimos fazer que o herói da história de 'Destiny' fosse o jogador. Você é o herói".

Para desenvolver o vínculo entre o jogador e o personagem que controla, a Bungie trabalhou duro nas opções de personalização e na identidade visual de cada classe.

"A personalização da armadura, a personalização da nave, os diferentes estilos de jogo que oferecemos para o jogador, as diferentes raças e possibilidades de aparência. Tudo isso é feito para dar a maior identificação possível do jogador com o herói da história".

"O herói é um Guardião, é a última defesa da humanidade contra as forças invasoras. E esse Guardião é uma criação do jogador. Não é que não há um herói na história, mas sim que o jogador é esse herói".

Como em um RPG, a personalização é feita com peças de armadura, como couraças para o tórax, capacetes, botas e claro, armas. Cada jogador possu também uma nave pessoal, que além de facilitar na hora de percorrer grandes distâncias, pode ser completamente personalizada.

"Os itens de personalização são recompensas que você ganha cada vez que completa uma missão, são bônus que você ganha jogando", explicou Christian. "Às vezes não são modificações, mas novos equipamentos que podem ser utilizados no personagem do jogador, como uma nova armadura ou capacete, ou equipamento que você pode utilizar na sua nave pessoal".

Harmonia visual

Alguns itens são exclusivos para cada classe, o que ajuda na identificação visual dos personagens - e evita o efeito "árvore de Natal" tão comum em jogos com quantidades enormes de equipamentos, onde o jogador vai pegando itens com benefícios maiores mas que não formam uma imagem coesa ou bonita para o personagem.

Vale observar, "Destiny" possui um elemento competitivo e em uma arena de jogo, é preciso reconhecer rapidamente a classe de personagem que o adversário está utilizando, lembra Christian. "Uma coisa importante é a distância da qual você consegue reconhecer outro personagem, principalmente nas partidas competitivas".

"Por isso, a Bungie trabalhou muito nesse processo de identificação, para ter certeza que essas silhuetas são reconhecíveis".

Mas não espere por personagens idênticos na mesma classe. "Em uma zona social [onde os personagens aparecem em 'terceira pessoa' e os jogadores negociam e recebem missões] você verá vários jogadores com equipamentos completamente diferentes dentro da variação que existe de capacetes, couraças, peças de armadura para pernas, braços, o visual é harmonioso".

VEJA 12 MINUTOS DE JOGO DE "DESTINY"

  •  

Para Christian, parte da diversão em um jogo como "Destiny" está em ganhar equipamentos raros e se exibir para os amigos. "Você sabe como é: Eu tenho! Você não tem!", brincou o engenheiro.

"Em último instância, a aparência do personagem é uma escolha do jogador", disse Christian. "O que conseguimos que foi garantir que cada jogador pode escolher a aparência do personagem sem destoar da identidade visual da classe".

Chega em setembro

"Destiny" sai em 9 de setembro para PlayStation 3, PlayStation 4, Xbox 360 e Xbox One. O jogo terá uma fase de testes beta em algum momento dos próximos meses, primeiramente nos consoles da Sony. Ainda não há previsão sobre o jogo receber dublagem em português.