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Fable II

31/10/2008 16h55

Sonhos viram realidade
Embora nos últimos anos a figura de Peter Molyneux esteja associada a de um sujeito falastrão que promete mais do que pode cumprir, há de se respeitar sua brilhante contribuição para o mercado dos videogames no passado, em jogos como "Populous", "Dungeon Keeper" e "Syndicate", que ajudaram a moldar tudo o que jogamos hoje. Desde que sua mais recente companhia, a Lionhead, se associou à Microsoft, o famoso designer parece estar empenhado em produzir uma experiência envolvente e tocante, de complexidade única, algo que somente rascunhou com o RPG "Fable", na geração anterior deixando alguns fãs um pouco decepcionados. Felizmente para eles, agora com "Fable II", Molyneux conseguiu ficar bem mais próximo de seu objetivo.

Quem você quer ser quando crescer?

A história de "Fable II" ocorre quase 500 anos depois do jogo original, dando apenas pistas ou fazendo pequenas referências sobre certos eventos mostrados anteriormente. Você pode escolher entre um menino ou uma menina para iniciar sua jornada e parte para um prólogo que serve como tutorial, na cidade Bowerstone, até que uma tragédia acontece - algo obrigatório para a formação de qualquer herói que se preze.

É difícil explicar melhor sem estragar algumas surpresas, mas logo nesta introdução já é possível perceber que a maneira como você interage com os outros personagens - através de um menu de expressões como no jogo de "The Sims" - e o aspecto moral de seus atos determinam como você viverá seu futuro. Ajude um bandido hoje e será obrigado a viver em uma cidade infestada por criminosos daqui alguns anos; salve um inocente ao custo de sua própria aparência e depois sinta os prós e os contras das repercussões; mantenha uma região próspera e veja os preços dos imóveis ao redor aumentarem e por aí vai.

Bastidores da produção
São simplesmente muitas escolhas e variáveis que tornam o muito de Albion rico e vivo, por mais simples e direta que a história principal se apresente. E há muitas pessoas nas ruas com quem você pode interagir. Você pode até mesmo se casar e ter filhos, que aguardarão ansiosos pelo seu retorno. Há a necessidade escolher uma profissão para arrecadar dinheiro, uma vez que as missões só dão renome. E, claro, há o seu fiel cachorro, que serve desde detector de tesouros escondidos a guarda-costas de primeira linha, com uma inteligência artificial bastante refinada.

"Fable II" é o tipo de jogo que convida o jogador a explorar tudo o que surge pelos cenários, se desviando muitas vezes da trama principal sem o menor pudor, com resultados muitas vezes mais recompensadores.

Simplicidade reconfortante

Além da criação deste mundo complexo e muito bem amarrado, em que todos os eventos e personagens parecem, de alguma forma, estar conectados, o jogo é muito gostoso de jogar. Com uma mecânica simples, os combates misturam três botões - um de ataque com arma branca, outra de fogo e um terceiro de magia - de maneira fácil e divertida, que se adaptam muitas vezes aos locais em que você se encontrar, como num beco ou escadaria. Ao aniquilar inimigos, você também adquire pontos de experiência e, aos poucos, vai modificando sua aparência - em conjunto, claro, com outras decisões feitas ao decorrer da trama, como o que você come ou bebe entre uma luta e outra.

Ambientes, combates e magias
Caso não queria enfrentar todos os perigos sozinho, basta chamar um amigo para ajudá-lo. E é uma opção que pode ser feita de forma local ou online. E as ações em conjunto afetam Albion da mesma maneira, permitindo que os jogadores compartilhem itens, dinheiro e experiência. O segundo jogador, inclusive, pode servir como bode expiatório, aquele que você utiliza para realizar ações que não teria coragem de fazer com seu próprio personagem, provando que "Fable II" realmente se resume às escolhas e conseqüências.

Nota: 9 (Excelente)