Topo

OPINIÃO

"Final Fantasy X-2" choca os fãs do PlayStation 2 mas diverte bastante

Reprodução
Imagem: Reprodução

Do START, em São Paulo

08/12/2003 17h10

"Final Fantasy X" foi o primeiro RPG da Square para a atual geração de videogames, adicionando muitas novidades como dublagem, ambientes tridimensionais e outros elementos inéditos. Mas talvez o mais chocante é que, pela primeira vez na história da série, uma trama será continuada. Assim nasce o estranhamente batizado "Final Fantasy X-2".

A percepção de muitas pessoas é que o título é apenas uma maneira da empresa conseguir dinheiro fácil depois de um período de sérios problemas econômicos - e, até certo ponto, isso não está errado: o software reaproveita mecanismos e arte do game anterior, diminuindo consideravelmente seu custo de produção. Mas para a surpresa de muitos, a companhia se esforçou para encher o game até o talo de novidades e conteúdo divertido.

A Paz-não-tão-Eterna

O jogo começa cerca de dois anos depois da Eternal Calm do final de "FFX". O mundo parece outro sem a perspectiva destrutiva de Sin, tornando-se muito mais alegre (e frívolo) do que antes. Essa mudança reflete na protagonista Yuna, que agora viaja pelo mundo de Spira como uma caçadora de esferas. Por trás dessa nova personalidade (que, independente da explicação de que as esferas de roupas "possuem" a pessoa, parece muito forçada) aventureira está a vontade secreta de descobrir o que aconteceu com seu amor, Tidus.

Ao invés de seguir a mesma rota de "FFX" e colocar uma longa lista de pequenos eventos de trama que se desenrolam de maneira linear, o novo game traz missões independentes - pequenos eventos que são completados com alguns simples objetivos. Além das lutas tradicionais, algumas caças ao tesouro e mini-games fazem parte desses novos objetivos. Como eles são independentes, é possível resolvê-los com certa liberdade em sua ordem.

Final Fantasy X-2 Review 2 - Reprodução - Reprodução
Imagem: Reprodução

Mais conteúdo, menos enrolação

"X-2" faz um bom trabalho em deixar o ritmo de um RPG bem mais dinâmico, especialmente quando comparado com o anterior. As batalhas agora são em tempo real, sendo que o timing de um golpe pode render combos e até cancelar ataques do inimigos. Apesar da taxa de encontro aleatório parecer muito maior, o fato dos ambientes serem mais lineares e as missões desconexas, a sensação de "travar" é quase inexistente. Levando em conta a grande variedade de missões - somado à opção New Game + de recomeçar com toda a experiência e itens anteriores e cinco finais diferentes - o game não desaponta pela extensão.

O sistema de batalha sofreu sérias mudanças devido ao fato de não haver mais invocação (summon) e o time contar com apenas três lutadoras. O segredo é o Garment Grid, que substitui o antigo Grid do jogo anterior. Agora você pode escolher Grids diferentes e colocar Dresspheres, que basicamente são "fantasias com poderes". A troca de uma roupa por outra obriga a passagem pelo caminho das linhas durante a batalha, exigindo um grau de estratégia interessante. A fato das esferas ganharem experiência e novas habilidades também é interessante, mas é uma pena que a rapidez do novo sistema de combate iniba um pouco dessa mudança.

A Spira de "X-2" é uma evolução bastante natural de um mundo que sobreviveu a um cataclismo: novas ondas de comercialismo e grupos religiosos em busca de seguidores são elementos importantes da trama, gerando o grande confronto que amarra a história. Para os fãs que sempre sonharam com o "day after" do epílogo de um "Final Fantasy", esse é um verdadeiro sonho que se torna realidade. Infelizmente, o mesmo não pode ser dito das protagonistas.

Cameron Yuna

YRP, como Yuna, Rikku e Paine se intitulam, são uma cópia descarada de "As Panteras" (algo que a equipe de produção assumiu). Apesar de Rikku se encaixar na descrição sem maiores problemas e Paine ser uma personagem inédita, Yuna simplesmente soa forçada e fora da realidade do que era em "FFX". As situações pelas quais elas passam (uma cena de banho vem à cabeça) quebram o tom melancólico que costuma acompanhar a série e podem ser um choque para aqueles que jogam pelo enredo.

Final Fantasy X-2 Review 1 - Reprodução - Reprodução
Imagem: Reprodução

Visualmente, o jogo é bem parecido com "FFX", trazendo partes inteiras do cenário sem mudança nenhuma. A grande mudança está na expressão facial das protagonistas, que apesar de forçado, é bem mais elaborado e funciona bem no contexto do jogo. Como antes, o título ainda tropeça em baixas taxas de quadros, mas o defeito está menos evidente agora.

A parte sonora do game não desaponta. A dublagem e efeitos sonoros estão bem executados (apesar de ainda serem um tanto forçados), mas a música é o que mais mudou. Com a saída de Uematsu na composição, somado ao mundo mais alegre, as músicas do game tendem para um clima mais Pop - que, novamente, não é ruim, mas tende a surpreender jogadores pela diferença.

Nota: 8 (Ótimo)

SIGA O START NAS REDES SOCIAIS

Twitter: https://twitter.com/start_uol
Instagram: https://www.instagram.com/start_uol/
Facebook: https://www.facebook.com/startuol/
TikTok: http://vm.tiktok.com/Rqwe2g/
Twitch: https://www.twitch.tv/start_uol

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL