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Jogamos: Novo "Resident Evil 2" é desculpa perfeita para 2019 chegar logo

Rodrigo Lara

Colaboração para o UOL Jogos

10/08/2018 04h00

Confesso que tenho uma relação de amor e ódio com jogos de terror, mas quando falamos da série "Resident Evil", esse equilíbrio tende a pender muito mais para o lado do amor.

A parte mais engraçada disso tudo é que, juntamente com "Resident Evil 7", "Resident Evil 2" foi um dos poucos games da franquia que eu não joguei até o final.

Ao contrário do mais recente, o qual eu admito que me faltou coragem, no caso do segundo capítulo da franquia, um PlayStation quebrado foi a razão para eu nunca ter concluído a aventura pela delegacia de polícia de Racoon City.

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Até por essa "falha no currículo" eu acabei me empolgando além da conta quando foi anunciado que o game seria refeito. A julgar pelos remakes feitos pela Capcom, em especial o do primeiro game da série, era de se esperar coisa boa. Essa expectativa, então, foi às alturas com o trailer mostrado durante a E3 deste ano com o "combo" que reunia gráficos espetaculares, câmera muito similar à de "Resident Evil 4", ambientação nostálgica e zumbis muito, mas muito detalhados.

Faltava, no entanto, jogar a versão preliminar mostrada no evento de Los Angeles. Felizmente, não falta mais.

De cair o queixo

O UOL Jogos teve acesso à demonstração que estava disponível na E3 deste ano, que mostra a chegada de Leon Kennedy ao prédio da delegacia de polícia de Racoon City para aquele que, facilmente, seria o pior primeiro dia de trabalho de uma pessoa na história.

Essa versão de testes rodava em um PlayStation 4 Pro ligado a uma TV com suporte à resolução 4K. Não à toa, os gráficos foram o primeiro ponto a chamar a atenção. Os cenários são absurdamente detalhados e, ainda que não permitam nenhum nível avançado de interação, ajudam a transmitir a atmosfera tensa do jogo.

Gráficos de Resident Evil 2 - Divulgação/Capcom - Divulgação/Capcom
Em 4K, gráficos de "Resident Evil 2" são de cair o queixo
Imagem: Divulgação/Capcom

Outro ponto que havia deixado dúvidas era sobre o quanto, de fato, o game teria ambientes escuros. Em contato "pessoal" com o jogo, é possível notar que a Capcom encontrou um ótimo meio-termo entre a escuridão total e uma falsa iluminação.

Nas cenas nas quais Leon aparece se guiando com uma lanterna, o acessório realmente faz a diferença sem que isso signifique que você não enxergaria absolutamente nada caso ela estivesse desligada.

Por fim, ainda em termos visuais, a movimentação do protagonista e dos inimigos é de um realismo digno de nota. O mesmo vale para quando os zumbis são atingidos por tiros e ficam com danos aparentes - e muito convincentes.

Você vai passar aperto

Primeiramente, vale ressaltar: o jogo não é, exatamente, um remake do game lançado em 1998, tampouco um remaster. A Capcom fala em "reimaginar" a aventura de Leon e Claire Redfield e deixa claro que o jogo foi completamente refeito, expandindo a aventura original.

Isso significa que haverá passagens inéditas, novos cenários e um possível detalhamento maior da história em si. É improvável que a Capcom adicione novidades que causem alterações no cânone da série.

Resident Evil 2 - Divulgação - Divulgação
Se agrupados, zumbis são perigosíssimos em "Resident Evil 2"
Imagem: Divulgação

O que se mostrou presente durante o teste foi aquela sensação de estar sempre à beira do desastre transmitida pelos primeiros jogos da série. O novo "Resident Evil 2" tende a se sair muito bem na missão de colocar o jogador em situações apertadas.

A começar pela câmera, que deixa a ação sempre próxima. As habilidades de Leon também contribuem para isso: ele não é um Usain Bolt da vida, capaz de deixar os zumbis comendo poeira ao correr, tampouco tem a desenvoltura de um John Wick com armas de fogo.

Isso significa que, se o jogador se deixar ser cercado por um grupo de zumbis, dificilmente sairá vivo. Os inimigos são agressivos e especialmente perigosos quando estão em grupos. Encontrar um "zumbi padrão" sozinho não representa um alto risco, mas dois ou três deles são suficientes para "ligar o alerta" de quem estiver jogando.

Com munição escassa, mirar bem é algo de grande importância. Depois de um disparo, o tiro seguinte perde precisão se for executado logo em seguida. É preciso esperar um breve tempo para que Leon - e, provavelmente, Claire - volte a atirar exatamente onde o jogador está mirando. É um sistema similar ao visto em "Resident Evil 7".

Luta em Resident Evil 2 - Divulgação - Divulgação
Munição limitada é a regra de "Resident Evil 2"
Imagem: Divulgação

Outro motivo para mirar bem é a possibilidade de desmembrar os zumbis. Tiros na cabeça, claro, causam o maior dano possível e podem, rapidamente, eliminar ameaças. Já uma tática para quem quiser economizar munição - e apenas livrar espaço para passar, sem matar inimigos - é atirar nas pernas, o que pode derrubar os zumbis convencionais. E esqueça aquela tática de fazer o zumbi ficar desequilibrado e partir para um golpe físico, o que estreou em "Resident Evil 4".

Mesmo fazendo tudo certo, o jogador não deverá ter moleza. Bastam três ou quatro mordidas para os personagens morrerem e sempre que o jogador é atacado, o personagem fica "perdido" após se livrar do zumbi e nem sempre está "apontando" para o mesmo lado que estava antes do ataque. Em algumas áreas, isso pode tirar a noção de direção do jogador e dificultar consideravelmente as coisas.

Ainda que as impressões tenham sido superficiais, poder jogar o novo "Resident Evil 2" em sua versão preliminar deixou um gostinho de "quero mais", o suficiente para olharmos com mais atenção quantos meses faltam para o dia 25 de janeiro de 2019, data na qual o game finalmente chegará aos fãs.

E, aqui deixo um conselho: pense bem antes de jogar uma possível versão demo do jogo. Ao fazer isso, há uma boa chance que essa espera se torne ainda pior.