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Quer colecionar videogames? Dono do maior acervo do Brasil te dá o caminho

Alex Mamed acumula 415 videogames diferentes em seu acervo - Reprodução/Arquivo pessoal
Alex Mamed acumula 415 videogames diferentes em seu acervo
Imagem: Reprodução/Arquivo pessoal

Rodrigo Lara

Do Gamehall

03/02/2018 04h00

Alex Mamed é referência quando o assunto é colecionar videogames. Dono do maior acervo do Brasil (são mais de 700 aparelhos, de 415 modelos), ele começou sua coleção há 27 anos e não tem intenção de parar. Logo, ninguém melhor do que ele para dar dicas sobre como começar uma coleção.

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Escolha um tema

O primeiro passo, diz ele, é definir um escopo. "Você tem que escolher o que você quer. A ideia é dar uma de louco e colecionar de tudo como eu faço ou apenas aparelhos de determinada época ou fabricante?"

Hoje, ele não faria uma coleção tão abrangente quanto a que possui. "O custo é muito alto, inflacionou, virou 'modinha' colecionar videogame. Eu já vi coleções de um só tipo de aparelho e que envolve outros itens, como revistas e material publicitário, que são fantásticas", aconselha.

Converse e garimpe

Definido o objetivo, a solução é garimpar. "Eu consegui tudo que eu tenho garimpando feiras, leilões virtuais, revistas antigas... Até mesmo em lugares improváveis, você pode dar o primeiro passo e achar alguém que tem um parente ou amigo com o aparelho que você quer. É importante saber se comunicar".

 

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Tenha paciência

Outro fator que conta muito é a persistência. Mamed ressalta que, muitas vezes, é bastante complicado achar alguns aparelhos raros e que isso pode levar tempo. "Tem um videogame chamado Adventure Vision [aparelho da Entex lançado em 1982] que eu demorei mais de 12 anos para conseguir".

No caso do Adventure Vision, essa paciência de Mamed acabou tendo um resultado que serve de lição: economia. "Esse aparelho era vendido por US$ 20 mil e eu consegui por 10% desse valor".

Negocie e não vicie

Por falar em preços, é bom ressaltar que videogames antigos não têm "valor sugerido", o que abre margem para vendedores inflacionarem determinados aparelhos. Isso atrapalha na hora de chegar a um "preço justo".

"Justo é o que você pode pagar. Muitas vezes o vendedor tem um apego e coloca a memória sentimental na hora de falar o preço", acredita. "Mas eu não vejo problema em pagar mais caro por um item que tenha uma história. O que você não pode é gastar acima do seu orçamento."

 

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E aqui vai um conselho importante: "Colecionar é um hobby e tem que estar abaixo de prioridades, como família, lazer ou saúde. Não pode virar dependência, um vício", alerta.

Assuma certos riscos

Alimentar uma coleção também envolve comprar alguns aparelhos "no escuro" e isso, claro, gera o risco de adquirir um videogame que não está em condições perfeitas.

"Essa parte é a pior de colecionar. Quando você compra de um site, você depende de uma dose de sorte. Tem que perguntar muito e estar disposto a lidar com esses problemas.

Outro risco envolve a manutenção dos aparelhos. "Os aparelhos vão desgastar, você usando eles ou não. Então é importante ter alguém de confiança para fazer a manutenção e, muitas vezes, ter mais de uma unidade de cada para um deles servir de 'doador' de peças".

O último conselho de Mamed, no entanto, é o que ele considera o mais relevante. "Toda hora eu falo isso: faça com amor. Você ter uma coleção por amor, não por dinheiro ou fama, é garantia que os frutos virão".