Pro player desde criança, brasileiro diz que não levaria vida sem eSports
Você considera alguém de 26 anos velho? Não, né? Mas nos eSports, onde atletas com apenas 16 anos já brilham nas competições, o paulistano Bruno “bit” Lima é um veterano e tanto - e ainda está longe da aposentadoria.
Jogador profissional desde os 11 anos de idade, Bruno passou do “Counter-Strike 1.6” para o “Counter-Strike: Global Offensive” e até surfou um pouco na onda de “League of Legends”. Nesses 15 anos de carreira, já morou nos Estados Unidos para jogar, conquistou muitos títulos e hoje é considerado um dos pro players brasileiros mais experientes do cenário.
Bruno até tentou seguir uma carreira tradicional e começou uma faculdade de Relações Internacionais e trabalhou com coisas fora do mundo dos games. “Porém, sempre recebia convites e propostas melhores que me faziam voltar ao ramo”, conta "bit" ao UOL Jogos. “Acabei vendo que não conseguiria trabalhar em outra área, levar a vida fora do eSport”.
Da lan house para o mundo
Tudo começou quando o paulistano ainda tinha um pé no ensino fundamental, com apenas 11 anos. “Eram só campeonatos de bairro mesmo, ganhava umas horas na lan house ou no máximo um mouse. Minha primeira equipe mais séria se chamava ‘LeTs’.”
Ainda em 2001 (época na qual o pro player começou a disputar pequenos torneios), as equipes eram divididas por lan houses que davam benefícios aos jogadores desde que eles defendessem o nome dos estabelecimentos em torneios. “Foi a minha primeira equipe que tinha um patrocínio. Na verdade era porque o dono fazia parte do time”, brinca sobre a situação.
Da lan house de bairro para o mundo, “bit” visitou mais de 20 países pelas dezenas de competições que já participou.
MIBR
“Eu só comecei a receber salário em 2007, no MIBR”, comenta “bit”. As vitórias do passado incluem competições internacionais de peso como shgOpen na Dinamarca, DreamHack Winter na Suécia e GameGune na Espanha. “Isso sem contar os diversos top 5 em todos campeonatos que jogamos praticamente”, adiciona.
Após dois anos fazendo parte da equipe histórica, em 2009 o jogador saiu do MIBR e renovou seus ares atuando em equipes como compLexity Gaming do EUA, Firegamers, playArt e outras organizações, até que sua carreira profissional deu uma bela guinada.
Era só tiro, porrada e bomba - até que veio o “Lolzinho”
Apesar de ser muito reconhecido no jogo de tiro em primeira pessoa, “bit” também já mandou bem no MOBA da Riot Games. “Eu nunca tive a intenção de jogar ‘League of Legends’ profissionalmente, mas o ‘CS:GO’ na época [ainda em 2013] era bem ruim e o cenário quase não tinha nada”, relembra o pro player.
“Quando vi, estava me divertindo mais jogando ‘LoL’ do que ‘Counter-Strike’. Um dia, completei um campeonato pro Nex Impetus, acabamos ganhamos da Keyd e ficamos em terceiro lugar.”
Depois de surpreender a todos - inclusive a si mesmo, Bruno e os outros jogadores conseguiram patrocínio da KaBuM. “Foi quando eu comecei a me dedicar de verdade. Joguei ‘LoL’ competitivamente por apenas 7 meses e depois trabalhei por aproximadamente 1 ano na organização como manager. Em dezembro de 2015 decidi voltar para o ‘CS:GO’.”
Lá e de volta outra vez
Entre outras equipes Bruno já passou pela G3nerationX, Keyd Stars e pelos times norte-americanos WinOut e Luminosity.
Com passagens por mais de 20 países em competições, o pro player coleciona aventuras e histórias, nem todas divertidas, como um sequestro que sofreu na China. “Foi uma situação tensa na época, mas que hoje dou risada junto com o pessoal que estava comigo”.
Atualmente de volta ao time de “CS:GO” da G3nerationX, 'bit' não pretende parar de jogar tão cedo - e vai voltar à China para competir no World Cyber Arena 2016, campeonato internacional que começa no dia 9 de dezembro.
E quanto ao futuro? "O cenário aqui no Brasil esta crescendo bastante e coisas boas estão por vir. Os campeonatos estão aumentando em quantidade e tamanho, com premiações maiores e mais visualizações. Com certeza vejo apenas evolução", diz, otimista, o veterano do eSport.
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