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25 anos de Mega Drive: 5 curiosidades sobre o console da SEGA

Luiz Hygino

do Gamehall

19/08/2014 19h49

Lançado em agosto de 1989 nos EUA, o SEGA Genesis, conhecido por aqui como Mega Drive, foi um dos primeiros e mais populares consoles de 16-Bits do mundo. Foi protagonista da chamada "Guerra dos Consoles", disputa brutal entre SEGA e Nintendo nos anos 90 pela liderança do mercado mundial de games e é, até hoje, um dos mais populares consoles do Brasil.

Para comemorar os 25 anos de seu lançamento, UOL Jogos lembra alguns detalhes curiosos a respeito do aparelho que levou Sonic e cia. ao estrelato.

O PAPEL DO MARKETING NO SUCESSO DO MEGA DRIVE

    O marketing foi um ingrediente crucial tanto na ascensão quanto na queda da SEGA e do Mega Drive. Desde os tempos do Master System, as campanhas publictárias da empresa eram extremamente populares, sempre marcadas pela assinatura sonora "SEGA!", entoada por uma espécie de coral.

    Para impressionar consumidores no lançamento do Mega Drive, a ex-gigante dos games chegou a gastar 1/8 da capacidade de memória dos cartuchos de muitos de seus jogos, apenas para possibilitar a inclusão da icônica assinatura sonora de seus comerciais de TV no início de seus games.

    O objetivo do som da gravação era dar aos jogadores a falsa impressão de alta fidelidade sonora, algo completamente oposto ao que era apresentado no decorrer dos jogos.

    • A vinheta da SEGA passou a fazer parte da cultura pop, e foi parar até em letra de rap

    O FANTASIOSO (OU NÃO) "BLAST PROCESSING"

      Além de investimento pesado em campanhas publicitárias, a comunicação do Mega Drive ostentava certas características fantásticas, como o "Blast Processing" do console, conceito que, até hoje, gera polêmica a respeito de seu real poder.

      Para muitas pessoas, o "Blast Processing" era um termo inventado por publicitários para encantar consumidores, apenas mais um golpe da SEGA na Guerra dos Consoles que vivia diante da Nintendo. O termo, nos dias de hoje, se tornou algo como um sinônimo de "argumento vazio" ou "promessa sem fundamento", quando o assunto é videogame.

      No entanto, há quem defenda que "Blast Processing" era apenas um nome fantasioso para "DMA", "Direct Memory Access", "Acesso direto à memória", tecnologia que permite que alguns dispositivos de hardware acessem a memória do sistema, para leitura e escrita de dados, de forma independente da CPU.

      • SEGA usava a velocidade de Sonic para ilustrar seu "Blast Processing"

      CHANTAGEM ÀS AVESSAS

        Apesar da rivalidade mortal entre SEGA e Nintendo, a equipe responsável pelo desenvolvimento do Mega Drive sabia que, em determinadas áreas, era necessário buscar inspiração nos produtos concorrentes.

        O caso mais interessante é o de licenciamento de produtoras third-party. O modelo adotado pela Nintendo com o NES encorajava a produção de games para seu console, mas sob os termos da Big N. Todo cartucho de NES deveria possuir um chip, reconhecido por um outro chip no console, que permitia, assim seu funcionamento. O modelo tinha margens altas de lucro reservadas para a fabricante.

        Quando a SEGA tentou replicar o modelo com o Mega Drive, uma equipe da Electronic Arts conseguiu decodificar o sistema do novo console, e ameaçou oferecê-lo a outras produtoras, em condições muito mais amigáveis.

        Forçada a baixar suas exigências para satisfazer a EA, a SEGA acabou atraindo muito diversas outras produtoras third-party com suas condições, em especial as americanas e europeias, que acabaram migrando dos consoles da Nintendo para o Mega Drive, e contribuindo para seu futuro sucesso.

        • A EA foi responsável por títulos clássicos do Mega Drive, como "Road Rash"

        OS PERIFÉRICOS DE MEGA FRACASSO

          Assim como um Megazord do universo dos Power Rangers, só que não, o Mega Drive recebeu algumas peças de hardware adicionais, que prometiam transformá-lo num novo aparelho: o Mega-CD, no começo dos anos 90, e o 32X, no meio da década.

          O Mega-CD prometia inserir a SEGA no mundo dos aparelhos leitores de discos. Mas ao invés de um leitor de CD-ROM, tinha apenas um leitor de CDs de áudio.

          A poucos meses do lançamento, a maioria dos testes com o Mega-CD acabava com o aparelho super aquecendo e botando fogo em tudo à sua volta.

          Quando a equipe de engenharia conseguiu resolver o problema e o Mega-CD foi lançado, o aparelho gerou um enorme buzz, ganhando fãs ilustres como Michael Jackson e David Bowie, empolgados com a possibilidade de ver jogos com áudio digno de CD. As vendas do aparelho, no entanto, foram fraquíssimas, assim como a adesão de desenvolvedores.

          O caso do 32x é ainda pior. A apenas um ano do lançamento do SEGA Saturno, o console que verdadeiramente colocaria a SEGA no mercado de consoles de 32 bits, o periférico do Mega-Drive foi lançado, prometendo aumentar o poder do console atual para algo perto da capacidade dos videogames mais modernos, para confusão de jogadores e desenvolvedores.

          E se, ao menos do ponto de vista de engenharia, o projeto era promissor, a qualidade do produto final foi devastada pelas restrições orçamentárias da companhia, que precisava focar seus investimentos no Saturno.

          • Numa época em que kits de desenvolvimento eram raros, poucas produtoras escolhiam se envolver com os periféricos do Mega Drive

          O MEGA DRIVE AINDA VIVE, NO BRASIL

            O Brasil é um dos únicos países do mundo que ainda fabrica uma versão do querido Mega Drive. A produção do MD PLAY fica a cargo da Tec Toy.

            O aprelho é um portátil que emula os jogos do antigo Mega, e vem com 20 games na memória, como "Alex Kidd in the Enchanted Castle" , "Altered Beast", "Golden Axe" e "Sonic and Knuckles". Outros jogos podem ser adicionados através de um cartão de memória.

            Além da tela de LCD de 2,8", o MD PLAY também tem saída de vídeo, para ser ligado em televisores. O preço sugerido de venda do portátil é de R$ 150.

            A última versão "de mesa" do Mega Drive lançada por aqui, em 2010, foi o "Mega Drive 4 Guitar Idol", console com biblioteca de 100 jogos na memória, incluindo o inédito "Guitar Idol", jogo que segue o formato de "Guitar Hero", com diversas canções de artistas brasileiros, como Paralamas do Sucesso e CPM 22. Em 2012, a Tectoy registrou mais de 150 mil unidades vendidas de seus aparelhos de videogame.

            • Pais nostálgicos são uma das causas do sucesso do Mega Drive com as crianças de hoje